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Morre Lauren Bacall, uma das últimas deusas da Hollywood clássica

A atriz, viúva de Humphrey Bogart, tinha 89 aos

Lauren Bacall em uma cena de 'Uma Aventura na Martinica’, de Howard Hawks.
Lauren Bacall em uma cena de 'Uma Aventura na Martinica’, de Howard Hawks.

Lauren Bacall, uma das últimas damas da era dourada de Hollywood e a única que conquistou o coração de Humphrey Bogart, morreu nesta terça-feira aos 89 anos. A noticia da morte foi confirmada pela família nas redes sociais. “Com grande pesar, mas com enorme gratidão por uma vida maravilhosa, confirmamos a morte de Lauren Bacall”, indicou uma mensagem de Twitter dos Bogart. Nova-iorquina, modelo e atriz, Bacall começou em Hollywood com 19 anos, ao lado daquele que seria seu marido em Uma Aventura na Martinica, filme de Howard Hawks. Nascida Betty Joan Perske, “uma jovem judia do Bronx”, como era conhecida coloquialmente na indústria em seus primeiros papeis, logo conquistou o coração de todos graças a essa frase que a imortalizaria, dizendo “sabe assoviar, não?” em Uma Aventura na Martinica, com a voz rouca que a caracterizava.

Outros trabalhos importantes foram Paixões em Fúria, À Beira do Abismo (também de Hawks) ou, mais recentemente O Espelho Tem Duas Faces, dirigido por Barbra Streisand.

Bacall foi casada com Bogart até a morte deste, em 1957. Posteriormente, casou-se com o também ator Jason Robards, de quem se divorciou em 1969. Bacall morreu em sua casa de uma embolia sofrida na manhã da terça-feira. Tinha três filhos. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood concedeu-lhe um Oscar honorífico em 2009 como uma das mais legendárias e lembradas intérpretes da Hollywood da época de ouro.

Apesar de manter sempre uma atitude muito reservada na indústria de Hollywood, seu estilo marcou toda uma geração desde seu primeiro trabalho na tela. Magra, lábios grossos e com um olhar embriagante, sua imagem permaneceu continuamente na memória, fazendo escola entre outras atrizes. Seu romance e posterior casamento com o tipo mais durão na tela, Humphrey Bogart, foi considerado uma das histórias mais românticas de uma indústria acostumada aos amores passageiros. Um amor trágico que lhe partiu o coração quando o câncer levou seu primeiro marido. Demorou quase 20 anos para sair da sombra de Bogart, o que fez graças a seu trabalho teatral, primeiro com a comédia Cactus Flower e depois com musicais como Woman of the Year e Applause, com os quais ganhou dois prêmios Tony.

Um de seus últimos trabalhos cinematográficos, o filme Reencarnação, causou polêmica depois das declarações de Bacall sobre sua colega de cena, Nicole Kidman. Na realidade não era um ataque contra Kidman, mas contra a afobação com a qual a imprensa costuma chamar de lenda qualquer estrela de Hollywood. “O que é uma lenda?”, perguntou, cutucando a jornalista durante a entrevista. “(Nicole) não pode ser uma lenda. Para ser uma lenda tem que ter mais idade”, disse a atriz que, aos 89 anos, ganhou esse título mais do que merecido.

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